Salmo 104: O Salmo da Criação | Ciência da Criação

O Salmo 104 é conhecido há muito tempo como o “Salmo da Criação”. Este salmo apresenta um poema sobre a criação do mundo e contém várias passagens importantes que contêm pistas sobre os principais tópicos relacionados à criação, como o dilúvio, a morte antes da queda do homem e a idade da terra.

Primeiro, vamos estabelecer uma base para a visão fundamentalista e jovem da Terra desta passagem. O Comentário Bíblico da Liberdade, produzido por Jerry Falwell, afirma que o tema deste Salmo é “A versão de um poeta dos capítulos de criação de Gênesis”. Para o restante deste artigo, o Comentário Bíblico da Liberdade será referido como LBC.1

Segundo, considere o venerável comentário de Matthew Henry. Embora nenhum tema seja dado, é claro que a criação é o tema principal. A seguir, os Comentários de Matthew Henry serão referidos como MH. Seguiremos as divisões padrão definidas pelo MH.2

Versículos 1-4, O Esplendor de Sua Majestade no Mundo Superior

Bendize, ó minha alma, ao SENHOR! Ó SENHOR, meu Deus, és muito grande! Veste-se de honra e majestade, que se cobre de luz como com uma roupa, que estendeu os céus como uma tenda, que pôs nas águas as vigas das tuas câmaras, que faz das nuvens a tua carruagem, que se lança sobre as asas do vento, que fazem dos ventos teus mensageiros, disparam e acendem teus ministros.

Os quatro primeiros versículos não apresentam nada de significativo para um debate sobre a terra antiga / terra jovem. Afirma que o tópico é Deus e sua grande majestade no início da criação.

Versículos 5-9, A Criação do Mar e da Terra Seca – Salmo 104 – a Ciência da Criação

Tu puseste a terra em suas bases, para que nunca fosse abalada. Tu o cobriste com o fundo, como com uma roupa; as águas estavam acima das montanhas. À tua repreensão eles fugiram; ao som do teu trovão, eles fugiram. As montanhas subiram, os vales afundaram no lugar que você designou para eles. Tu estabeleceste um limite pelo qual eles não devem passar, para que não voltem a cobrir a terra.

Esta parte das escrituras é a mais importante para o debate sobre a criação. O fato de se referir ao capítulo 1 de Gênesis é acordado por MH e LBC. Os versículos 5 e 6 detalham as águas que cobriam o globo (Gênesis 1: 2, 9). A LBC declara o versículo 7: “as águas mudaram para os lugares estabelecidos por Deus (Gênesis 1: 9)”. MH também se refere a Gen 1: 9.

Alguns jovens criacionistas da Terra se referiram a essa passagem como prova do dilúvio de Gênesis. O Sr. Kent Hovind afirma que “As grandes montanhas, como as temos hoje, não existiam até depois do Dilúvio, quando” as montanhas surgiram e os vales afundaram “(Sal. 104: 5-9, Gên. 8: 3- 8). “É claro, porém, que esta passagem se refere a Gênesis 1, não ao mundo pós-diluviano. Ken Ham, no capítulo 12 de seu livro de respostas, usa esse argumento para explicar o problema das águas do dilúvio. No entanto, é um argumento inválido ao considerar que o Salmo 104 se refere à criação, e não ao Dilúvio.4,5 E, finalmente, o geólogo Andrew Snelling o usa em seu artigo sobre formação de cavernas, com a mesma premissa falsa.

Salmo 104: O Salmo da Criação

 

A conclusão mais interessante que podemos fazer com esta passagem é que ela invalida a possibilidade de uma inundação mundial. Deus estabelece um limite que as águas não podem passar (versículo 9). Se você acredita que o Dilúvio foi global, deve concluir que Deus não foi capaz de manter esse limite ou que Ele voltou à Sua palavra. MH afirma que “as águas são proibidas de ultrapassar os limites estabelecidos; elas não podem, e, portanto, não o fazem, novamente para cobrir a terra”. 7

A LBC declara: “Exceto pelo Grande Dilúvio, que para o propósito de sua poesia é excluído pelo poeta, Deus estabeleceu um limite para as águas que eles não podem passar”. 8 LBC aceita que a passagem é para Gênesis 1, mas defende uma exceção.

Não há evidência, nem razão convincente, para suspeitar que o poeta não quis dizer o que ele disse. Se ele (Deus) pretendesse excluir o dilúvio, não teria feito essa afirmação. Deus mentiu ao inundar o mundo ou foi um evento local de inundação. Se você acredita em uma terra jovem com um dilúvio global, deve acreditar que Deus mentiu no Salmo 104: 9.

Versículos 10-18, A Provisão que Ele faz para a manutenção de todas as criaturas de acordo com sua natureza.

Tu fazes fontes jorrar nos vales; eles fluem entre as colinas, dão bebida a todo animal de o campo; os jumentos selvagens saciam sua sede. Por eles os pássaros do ar têm a sua habitação; eles cantam entre os galhos. Da tua alta residência regas as montanhas; a terra está satisfeita com o fruto da tua obra.

Fazes com que a erva cresça para o gado e plantas para o homem cultivar, para que produza alimento da terra, e vinho para alegrar o coração do homem, óleo para fazer brilhar o rosto e pão para fortalecer o coração do homem . As árvores do SENHOR são regadas abundantemente, os cedros do Líbano que ele plantou.

Neles, os pássaros constroem seus ninhos; a cegonha tem sua casa nos pinheiros. As altas montanhas são para as cabras selvagens; as rochas são um refúgio para os texugos.

Deus provê suas criaturas, criando grama para gado, plantas para homem e vinho para homem. Tanto a terra antiga quanto a jovem não têm problemas com essa passagem.

Versículos 19-24, O Curso Regular do Sol e da Lua

Tu fizeste a lua para marcar as estações; o sol sabe que é hora de se pôr. Tu fazes trevas, e é noite, quando todos os animais da floresta se arrastam. Os jovens leões rugem em busca de suas presas, buscando comida de Deus. Quando o sol nasce, eles os afastam e se deitam em suas covas. O homem avança para o seu trabalho e para o seu trabalho até a tarde. Ó SENHOR, quão múltiplas são as tuas obras! Em sabedoria tu os fizeste todos; a terra está cheia de tuas criaturas.

É interessante que este capítulo inteiro esteja se referindo a Gênesis 1, mas temos no versículo 21 jovens leões procurando suas presas. A teoria da Terra jovem não acredita na morte, nem mesmo na morte animal antes da queda, mas aqui temos um caso claro de atividade carnívora em Gênesis 1, antes da queda do homem. LBC e MH não argumentam contra essa atividade carnívora. Mas espere … há evidências ainda mais claras disso alguns versículos depois.

Versículos 25-26, Os Movimentos do Mar – Salmo 104

Lá é o mar, grande e largo, repleto de coisas inumeráveis, coisas vivas pequenas e grandes. Lá vão os navios, e o Leviatã, que você formou para ostentar nele.

O leviatã está se referindo às baleias de acordo com a LBC. MH não faz menção ao Leviatã.

Versículos 27-30, a soberania de Deus sobre as criaturas

Todos estes olham para ti, para lhes dar comida no devido tempo. 1 Quando lhes deres, eles a juntam; quando abrires a tua mão, elas estão cheias de coisas boas. 2 Quando escondes o teu rosto, eles ficam consternados; quando você tira o fôlego, eles morrem e voltam ao pó. 3 Quando você envia seu Espírito, eles são criados; e tu renovas a face do chão.

Aqui partimos um pouco das divisões da MH. Aqui temos um argumento ainda mais claro para atividades carnívoras. É claro que Deus fornece alimento para Suas criaturas. Também está claro que Suas criaturas morrem. Mas o mais convincente é o versículo 30, onde Deus os cria e renova o terreno. Os atos criativos de Deus terminaram no final do dia 6, com a criação do homem. Assim, aqui temos Deus criando animais APÓS os animais anteriores terem morrido e retornado ao pó!

A renovação do terreno é uma indicação clara da natureza renovadora da criação de Deus, isto é, a cadeia alimentar. Quando os animais morrem, eles apodrecem e alimentam as plantas, que por sua vez são comidas por animais que comem plantas, que por sua vez são comidas por animais que comem carne, e o processo começa tudo de novo. A criação auto-renovadora de Deus é perfeita para um sistema que se mantém e é realmente “muito boa”, como Deus afirma em Gênesis 1:31.

A LBC não trata desse conflito com sua própria teoria da Terra jovem. Eles denunciam a evolução, mas não conseguem lidar com essa morte antes da queda.

Versículos 31-35, Encerramento

Que a glória do SENHOR persista para sempre; exulte o SENHOR em suas obras, que olha para a terra e ela treme, que toca as montanhas e fumam! Eu cantarei ao SENHOR enquanto eu viver; Cantarei louvores ao meu Deus enquanto estiver sendo. Que minha meditação lhe agrade, pois me alegro no SENHOR. Que os pecadores sejam consumidos da terra, e que os iníquos não mais existam! Bendize, ó minha alma, ao SENHOR! Louve o Senhor!

O fechamento não apresenta informações para o debate etário.

Conclusão

Está claro nesta passagem que o Dilúvio de Noé tinha que ser local e que havia morte animal antes da queda do homem, contradizendo assim a interpretação da criação na Terra Jovem. Esta passagem se encaixa bem com uma interpretação da Terra antiga e não oferece desafios contra a crença na Terra antiga.

Veja Também: Salmo 2 do livro de Salmos da Bíblia